Não teria orgulho em
dizer que vivo num país sério.
Também não tenho
vergonha de ver/ler/ouvir as críticas que chegam de fora sobre o
Brasil.
Não acho que a copa do
mundo seja lá “grandes coisas”, para mim ela nunca foi bem vinda.
- Foi durante uma copa do
mundo que quebrei minha perna esquerda, jogando futebol (tentando).
Se a corrupção é
endêmica e a cultura burocrática de quem ou do quê seria a culpa?
Se o “povão” é
alienado (nos dois sentidos, de estar alheio à realidade e de ser
manipulado) onde residem as causas?
Não há muitas
explicações lógicas para se pensar o Brasil, há muito menos
sentido em procurar explicar racionalmente uma realidade tão
sensorial.
A impressão que tenho
é de que vivemos em uma bomba prestes a explodir, mas cuja nossa "educação" nos poupa de encarar isso como uma verdade, “é apenas
uma suposição”.
E assim, somos
absurdamente ricos e confortavelmente pobres.
Hierarquicamente
instruídos e burocraticamente analfabetos.
Sexualmente livres e
afetivamente reprimidos.
Trepamos com a moral e
dormimos de conchinha com os "bons" costumes.
(alguns tentam fazer
amor com a moral, mas a "liminar" chega junto e rola no mínimo um
“menage à trois”)
Sabemos que a corrupção
é um problema, mas convivemos com ela naturalmente...
Ouvimos músicas de
péssima qualidade ou de ótima qualidade com a mesma animosidade,
quando paramos para ouvir (e não vejo isso como algo ruim).
Sambamos, sorrimos e
choramos pelos mesmos motivos.
Queremos, negamos e
desejamos com a mesma intensidade.
Recebemos as pessoas "de fora" em
nossas casas de portas abertas e as fechamos para “os de casa”.
Demolimos casas para
construções metafóricas, sem licença ou “danos morais”.
Ferimos e curamos com
os mesmos remédios.
Militamos, politizamos
e alimentamos a hipocrisia das nossas famílias nos finais de semanas
patriarcais (pois “família é família”).
Somos amálgama de
emoções e atitudes contraditórias.
Somos o cenário ideal
para a anarquia organizada e a oligarquia disfarçada de democracia.
E quem vive, sobrevive
apenas de ideias?
Somos uma boa companhia
para um tal Século XXI que não contente em ser efêmero quer fazer
história no vazio das situações. Não há luta de classes no século XXI, há luta de classes (ponto).
Saravá, meus amores,
saravá brasileirxs!
Eu ficarei (por
enquanto, por aqui...).
Nenhum comentário:
Postar um comentário